domingo, 28 de fevereiro de 2010

CONSELHO DE FILHA

Oh! Querida flor ainda pequenina
Como morar à distância?
Não responda, espere um pouco...
Agora as suas raízes ainda precisam estar fortes para encarar a verdade
Nada doloroso
Só que extrapola a “normose” das relações humanas
Continuo adubar o afeto
No futuro você precisará usá-lo em demasia para suportar os absurdos do mundo

Minha flor,
não dê ouvidos ao barulho dos outros
Sendo música, ouça somente o seu coração
A vida continua
É para ser vivida
Sem ira
Somente com amor que não é isso
É algo mais
Ainda não sei explicar

Oh! Minha querida flor
Eu-ausente sempre estarei por perto
Desejo que o seu nectar possa atrair lindas abelhas e honestos zangões,
O mel será resultado de todo esforço de ser HUMANA !

Rudi Rot
28/12/08

AS MOÇA E O ANJO

As moça riem
Não é de mim
São delas mesmas
As suas maquilagens estão borradas
Nervosas sentem inveja da competencia alheia
As moça (da escola) são fúteis
Sensibilidade?
Se quer achar converse com os homens desabusados, diferentes, sem rótulos
Por um momento o rio vermelho corre estranho
Irrito-me com suas gaitices
Não as amo, senão
As inventaria de outra forma
Descarrego afinal
Sou um anjo
Repare as asas que crescem em minhas costas: eis a minha crença
As moça vão passar pela janela.
Acenos.



Rudi Rot

Lirovsky, o profeta do futuro

Quando a minha cabeça dói
O sangue vira tinta que mancha toda a minha camisa nova, CHINA
Que trafica corpos mentirosos feitos de silicone
Salve Santa Neosaldina
que cura as dores da cabeça que Nossa Senhora das Cabeças não cura
Que ninguém nos ouça: Puta que pariu porque não tomei antes de começar o apocalipse
Só sei o quanto foi sofrido
Escutar o zunido da prece das sete e meia que vibrava o martelo dos meus tímpanos
Só sei a culpa que se enrosca em meus miolos cerebrais
O quanto foi mãe-madrasta que até hoje se arrasta em meus pés de barro, moldados por anjos tortos
Salve São Jorge,
Me livre da culpa de não ser o que eu não sou.

E.T (em tempus):
No futuro estarei consolado pelo deus que acredito
Sem ser pai
Sem ser mãe
Sem ser filho
Apenas humano.


03/01/09
Para Lirinha
Rudi Rot

TAROT

Antes que seja tarde quero descobrir você dentro de minh´alma
Dar amor a quem merece
Meus sentimentos, meus impulsos vitais
Ousar é dizer não
Ser livre é desfrutar de tudo com gratidão e entrega

Leio as cartas sob a mesa toda riscada de estilete
Dou risada
Interpreto-as
Todas elas dizem a mesma coisa: te amo.

Estranho. Aquelas que cairam voluntariamente no chão ficarão viradas de cabeça para baixo como quem não quer ser vista. Estariam envergonhadas com a sinceridade revelada ou seria um protesto por estar dizendo uma frase tão comum?

Assim seja: O Universo testemunha a construção e sabe que a luz que sai de mim é uma riqueza que não tem valor material.

 

Rudi Rot
29/12/09

SER ARTISTA

O estado de ser artista me ajudou a sobreviver ao universo da negação, do sofrimento, do drama e do medo. Eu ficava com receio de ficar sozinho, caso assumisse o meu ser artista. Tentava me convencer de que ser artista é coisa de criança. Tá bom, mas também é coisa de adulto. É preciso ter coragem de ser artista e não entorpecer a minha criatividade. Muitos artistas não aguentam a pressão social, emocional e familiar e acabam se tornando adictos de drogas alucinogenas. Ser artista era sinonimo de abandono, de solidão, contudo eu só vou estar comigo quando eu estiver sozinho. Não há solidão. Há inteireza.

Adulto, eu tenho o direito de escolher.

Chega de enxergar o mundo com os olhos do medo.

Em qualquer escola deveria ter tinta, lápis de cor, giz de cera à vontade para o aluno se expressar. Acredito numa escola da criatividade. Estimular a criação, a construção é o que eu acredito. O ser humano foi feito para construir (Cosmo) , e não para destruir (Caos), O que nos estamos fazendo é uma escola da reprodução, da destruição. Não construimos, copiamos. A arte serve para transformarmos as nossas crenças, a nossa domesticação. Precisamos evitar que nos entreguemos sem senso crítico a “domesticação”. Este é o sentido da minha arte. Contribuir para um ser humano melhor, menos domesticado pela sociedade. Esta é a grande função social da arte. Eu preciso dizer para mim que isso tem valor.

Dê esse grito: Basta! Não pretendo mais ser o grande juiz que está sempre contra mim. Não pretendo mais bater em mim mesmo e me fazer sofrer. Não farei mais o papel da vítima.

Rudi Rot

MENSAGEM DO MEU ÍNTIMO

Para criar precisamos organizar o mundo a nossa maneira. Não somos obrigados a seguir ninguém.

Vamos romper os modelos estabelecidos que nos aprisiona em sistemas rigídos e que nos dão ilusão de que estamos seguros.

Ao criar uma obra de arte, sejamos ousados, coloquemos em prática a nossa visão do universo. Isso nos ajuda a sair da rotina, da mesmice, da normose. Uma pintura contemporânea, por exemplo, nos provoca este sentimento. Se estamos resistentes a um outro olhar teremos com certeza dificuldade de desorganizar o nosso cotidiano. A disciplina e a organização estão sempre em sintonia com a sua harmonia. A do outro é a do outro. Cada um de nós temos uma individualidade que está ligado a uma outra Individualidade Superior, que é o UNIVERSO.

Nos nossos ambientes de trabalho, mudemos a nossa perspectiva. Mudemos o foco daquilo que nos incomoda. Criemos uma harmonia. Criemos um entendimento diversificado. Sair daquela sintonia que para você naquele momento é desafinada.

Esta mudança não precisa ser dantesca, espetacular, grandiosa. Basta mudar a mesa de lugar, trocar as fotos dos porta-retratos, arrumar os objetos de forma incoerente, sorrir em momentos que não são para sorrir, silenciar nos momentos de fala...Sabe fazer coisas que desconstruam a rotina ou construam uma outra sem eternidade. A vida é impermanência, vamos vivê-la assim, senão sofremos muito. E cá pra nós, chega de sofrimento.

Estamos aqui para nos universalizar, para aprender a nos sintonizar com o UNIVERSO. Quando fazemos isso, as conseguências são as melhores pode acreditar. Vários já passaram por aqui e nos deixaram o seu testemunho. Foram donos do seu cotidiano, da sua “rotina”. Lembre-se e repare que em alguns momentos eram considerados desorganizados, desintonizados com os padrões pré-estabelecidos. O que seria desses homens e mulheres se tivessem obdecidos as normas. Foram constestadores pacíficos. Sejamos assim nessa nossa passagem pela Terra, metamorfoses ambulantes.










Rudi Rot

Album de fotos Viagem para o Rio