Não tenho nada
a TEMER. Veja você, não quero nem vê a cara daquele rapaz lá trás que jaz sob
o meu voto. Sufrágio Universal menino, é para gente grande. Ande com o pé. Quer
um calçado emprestado? Descalço faz bem para a saúde. Vou pedir aquele
nordestino que está preso em Curitiba pra comprar um tênis ”procê”.
O meu crime
foi dar para os pobres a sua dignidade. Vê pobre na Universidade dá medo. Pobre
preto que não sabe o seu lugar, quer incomodar as classes sociais que
destruíram este país. Quando puderem cortarão as cabeças daqueles professores
que insistem em provocar o pensamento crítico da juventude. Morre tudo. Cambada
de canalhas. Pouparão as mulheres para serem consumidas em quartos escuros e
fétidos. As crianças serão costureiras da indústria de uniformes militares.
Esse povo aí sonha com a intervenção militar. Fala sério. Nasceram abortados.
Sofias e sofias desgovernadas pelos generais.
Ai meu Deus onde vamos pirar. Espero que seja em uma praça cheio de pombos.
Mensageiros da nova terra. Carne de pasteis chineses. Se alguém ler este
desabafo correrá o risco de ser contaminado. Usem as máscaras que foram
distribuídas nas ruas no dia do Golpe. As mesmas máscaras que foram usadas
pelos moradores de Chernobyl. Onde está o valor disso tudo? Dá-me paciência
para estas perguntas idiotas. Lembrem que na última semana cansei de explicar
no jardim o nosso propósito de vida. Temos um ou fingimos ter um? Durante
vários anos muitos criminosos foram reconhecidos como heróis e muitos heróis
foram reconhecidos como criminosos. A história é relativa meu caro.
Depois
de um tempo de discurso em praça pública, uma leitura sobre o perdão é
provocada entre os transeuntes. O jovem que já estava distante, ouviu, voltou e
falou em voz sussurrante: Seu herói é um criminoso.
Enquanto isso lá na Vicentina, os homens insistem em banalizar o mal. Os seus féis consumidores mantém a firma em funcionamento. Lamento! Um nível de desumanidade que nos impede de acreditar em alguma coisa que possa mudar. E pensar que tudo começou nas verbas públicas desviadas para a campanha daqueles que insistem em manter a barbárie.
Enquanto isso lá na Vicentina, os homens insistem em banalizar o mal. Os seus féis consumidores mantém a firma em funcionamento. Lamento! Um nível de desumanidade que nos impede de acreditar em alguma coisa que possa mudar. E pensar que tudo começou nas verbas públicas desviadas para a campanha daqueles que insistem em manter a barbárie.
Se eleito for
o herói-criminoso cumprirá a sua liberdade em aulas de sociologia e filosofia.
Faz pensar meu senhor. Fazer pensar em
ser alguma coisa diferente daquilo que a sociedade quer que eu seja. A sua
arrogância meu jovem me causa náuseas. Que bom que ainda tenho mãos para
escrever. Versos em prosa. Deus tenha piedade de todos nós.
Rudi Rot, em 19 de
junho de 2018.