Hoje eu não presto para cortar capim no asfalto.
Sou mais aquele jardim de girassóis que contempla a moça que
atravessa a rua embalada pela pressa de chegar no seu emprego.
Diário despochado.
Me dá licença !
___Ei, a sua poesia caiu no chão. Quer que eu leia em voz
alta ou bem baixinho no seu ouvido?
Não carece de ser gentil. Se quiser pode jogá-la no lixo.
Abra a tampa e deseje que ele possa um dia ser reaproveitado em um livro de
poesias românticas.
Eu quero sonhar com a minha confortável cama de casal sem
casal.
Muitas pétalas de rosas sobre o travesseiro.
Um cheiro bom de maça verde e uma taça de amor.
Brindaremos a noite inteira.
Por favor, me beija logo
de uma vez.
Outra vez, outra vez, outra vez, outra vez...
Rudolf Rotchild