Para Cristiane da Silva
A tempestade não cansava de ser tempestade
Tinha momentos que eu era a própria tempestade
E quando ela cessava...os caminhos eram muitos
Eram tortos?
A minha vida se tornou uma peregrenição
Tinha me tornado um pilgrim
Aonde estava Deus?
Um rio de mansinho, chegou
no meu caminho e ficou
Uma nascente brotou debaixo dos meus pés
Não acreditava que estava vendo
Seria real ou fantasia?
Este rio que insistente me acompanhava
Não desviava o seu curso mesmo nos momentos de afogamentos
O rio transfigurava-se em mulher
Serve a árvore, serve o homem
Rio-cidade
Rio-baia
Rio-mulher
que conduz o meu
caminho feito barco seguro .
A tempestade finalmente foi embora
Rio-vida me alimenta com os seus peixes, com a sua água
corrente
Correnteza que me acalma no jardim do Éden
Quero entregar-me as suas cristalinas escamas de Yara
Casei-me com o Rio
Que bebe o meu sangue
Que gera meus filhos
Que dorme em meus braços Goitacá
Que escreve mistérios...
Que faz Amor...
Que há...
Assim como não diz a Bíblia,
Deus modelou o homem da lama do Rio-menina
Imagem e semelhança do Ser.
Rudi Rot