Xirugravuras é um livro-objeto e tem uma história própria, que envolve de modo nada convencional, jovens artistas e antigas técnicas de impressão.
A impressão do livro é toda feita numa oficina especializada na publicação de lambe-lambes, aqueles cartazes que anunciam shows populares e que encontramos colados nos muros e esquinas por toda a cidade. A gráfica ainda faz funcionar uma máquina Johannisberg, 1929, uma das últimas “letter press” em uso no mundo. Os tipos utilizados são quase todos entalhados em madeira (wood blocks). Atualmente ela é empregada na produção de cartazes de publicidade barata, que anunciam principalmente shows populares.

O nome do livro, Xirugravuras, representa bem o espírito em que foi concebida a edição. Retira o termo XIRÚ do dicionário gaudério-tupi, quer dizer algo como “camarada, mano, brother”.
A edição é uma iniciativa da Editora Choque Cultural, que tem se especializado no lançamento de títulos de arte. Além das gravuras que lança regularmente com sucesso nacional e internacional, a Editora tem em seu portifólio o bem sucedido Livro dos Monstros, edição de tiragem limitada e numerada, lançada em 2006, também com a participação de muitos artistas e impresso nas mais variadas técnicas, como xilo, lito, offset, xerox, papel-carbono, estêncil e até mesmo algumas páginas com trabalhos originais.
A iniciativa de utilizar uma antiga gráfica, suas máquinas e o know how dos impresores, para a produção de pôsteres, gravuras e livros de arte, tem a intenção transformar o que seria apenas uma forma obsoleta de produção gráfica numa marca de excelência editorial, usando a arte como ferramenta e o espírito jovem como combustível.
Artistas:
Antonio de Paula, Carla Barth, Carlos Dias, Fabio Zimbres, Geraldo Tavares, Jotape Pax, Lia Leticia, Lidia, Luciano Scherer, Luiza Ritter, Marcelo Monteiro, Mateus Grimm, Matheus Walter, Nina Moraes, Pedro Guitierres, Pingarilho, Renata Polli, Rochele, Sylvio Alaya, Talita Hoffman, Tinico Rosa, Trampo, True, Virginia Simone, Vitimina e Wagner Pinto.